Quem é o advogado na fila do pão?

Mais de 1000 faculdades de Direito no Brasil. Mais de 1 milhão de advogados inscritos na OAB. E a sensação de que a carreira jurídica é uma das que mais precisa se reinventar nos dias atuais.

O modelo padrão dos escritórios de advocacia e jurídicos internos de empresas, com grandes bibliotecas e mesas de reunião infinitas, vestidos de formalidades, escrita rebuscada, ternos, gravatas e tailleurs, ouso dizer, não funciona mais. Mas isso todos sabem, ainda que com alguma resistência.

Então, como se adaptar à Advocacia 4.0, se profissionais e empresas ainda estão na versão 1.0? Não é um caminho fácil, principalmente quando falamos em criatividade e inovação como ferramentas dessa necessária mudança. Historicamente, o advogado não foi formado, intelectual e profissionalmente, para agregar valor ao negócio. Somos ou éramos (até bem pouco tempo) HD’s cheios de legislação, máquinas de ganhar processos e uma maneira de evitar custos para os clientes.

Mais que investimento em tecnologia, sistemas de última geração, robôs, análise de dados, softwares, cujo investimento vem sendo discutido em vários fóruns, precisamos falar mais sobre mudar nosso mindset e inovar nas nossas relações jurídicas. 

Comece conhecendo o seu cliente (interno e externo). Conheça sua história e o seu negócio. Aprenda a ouvir problemas, necessidades e objetivos. Visite a fábrica, a indústria, o campo. Conheça as dores do seu cliente, crie empatia. Estabeleça um relacionamento interpessoal. Adeque a linguagem e seu modo de vestir, de acordo com quem você vai escutar. Elabore a estratégia de atuação em conjunto. Participe da jornada do começo ao fim. E comemore as conquistas!   

O advogado, na fila do pão, que busca uma carreira de sucesso atualmente, precisa estar cada vez menos preso ao pragmatismo do Direito, e, entender que, cada vez mais, precisa ser uma das chaves para alavancar o negócio do seu cliente, em uma busca incansável para agregar valor e alcançar resultados. 

Raquel Miranda Cysneiros, gestora jurídica da Companhia Energética de Pernambuco (CELPE). Ela concluiu o curso de “Gestão de Departamentos Jurídicos” no INSPER.

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